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Vaquejada alia tradição, paixão e cultura no Nordeste

Publicado há 11 meses - Por (ABQM – FSB Comunicação)


Da tradicional “pega de boi” a um dos esportes mais populares do país; a Vaquejada é fundamental para o desenvolvimento social e econômico de inúmeras famílias nordestinas 

Mais de 600 vaqueiros de todo o país participam das disputas do 21º Potro do Futuro e Campeonato Nacional de Vaquejada da ABQM, em Lagarto (SE). As competições fecham o calendário anual de provas oficiais do Quarto de Milha, em 2023. A Vaquejada é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil (LEI 13.364/2016). O esporte alia tradição e paixão no Nordeste.

O sergipano Valdo Santos é um pequeno criador e também vaqueiro. Junto com um amigo mineiro e o treinador, eles saíram de Teófilo Otoni (MG) e cruzaram 1.200 km de estrada até Lagarto, com uma tropa de três animais para participar do Campeonato Nacional de Vaquejada da ABQM.

“Nós saímos de casa na quarta-feira da semana passada e antes de chegar aqui, ainda paramos em uma Vaquejada na Bahia. Já moro em Minas Gerais há 30 anos, mas mesmo fora da minha cidade, eu continuei rodando o Brasil competindo na modalidade. Eu comecei a correr aos 15 anos e não penso em parar. O esporte é uma alegria, um lazer, não tem dinheiro que pague. Eu vim pra bater senha no Master e se Deus nos abençoar, vamos voltar com esse troféu”, afirma.

Já o pernambucano João Paulo Marques, natural de Recife, que também é criador e vaqueiro, veio de Gravatá, a 650 km de Lagarto, para participar das competições de Vaquejada da ABQM que fecham o calendário anual de provas oficiais da raça. Com um plantel de 12 animais (sendo cinco de competição), o puxador avalia a importância de tornar o esporte mais acessível a todos.

“Meu pai gostava muito de cavalo, meus tios competiam e meus primos também. Então, não tinha como fugir do esporte. Viemos pra Lagarto com toda nossa tropa pra participar da Vaquejada da ABQM. São sete dias fora de casa, longe do negócio, da família e com um investimento alto, então tem que ter muito amor ao cavalo. Eu sou um criador de médio porte e competidor, e a cada dia que passa você vê alguém novo chegando e se animando. O mercado tem que ter abertura pra todos. O pequeno criador sonha um dia se tornar grande e isso é o que faz o esporte crescer”, afirma.

“Pega de boi” – Quando não havia cercas no sertão nordestino, os animais eram marcados e soltos na mata. Depois de alguns meses, os coronéis reuniam os peões (vaqueiros) para juntar o gado. A tradição ficou conhecida como “pega de boi” que, originalmente, começaram no Rio Grande do Norte até se popularizarem por todo o Nordeste. Os vaqueiros precisavam se embrenhar na mata cerrada para pegar o boi chucro. Com a habilidade dos peões surgiu a ideia da disputa da “Vaquejada” para ver quem conseguia dominar o boi pelo rabo no menor tempo. A cidade de Currais Novos (RN) é o berço das vaquejadas, onde a tradição é mantida até hoje.

Atualmente, o Nordeste tem o 2º maior plantel da raça Quarto de Milha do Brasil, com mais de 120 mil animais registrados. Segundo a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), o esporte movimenta por ano mais de R$ 800 milhões na economia e gera mais de 720 mil empregos diretos e indiretos.

“A Vaquejada é um esporte, genuinamente, nordestino que teve início, em torno de 1870 e 1900, com a tradicional puxada de boi no sertão nordestino. Desde então, vem evoluindo e se profissionalizando, hoje com regulamento da Vaquejada Legal e uma série de regras para a garantia do bem-estar animal nas competições. Além do esporte, a Vaquejada é a indústria que mais movimenta a economia no Nordeste, gerando emprego e renda em vários setores”, afirma Celso Pontes, vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha.

As provas do 21º Potro do Futuro e Campeonato Nacional de Vaquejada da ABQM acontecem no Parque das Palmeiras, em Lagarto (SE), de 21 a 26 de novembro. A premiação total aos competidores que disputam as duas competições, em 13 categorias da modalidade, é de R$ 1 milhão. Mais informações em: 

(ABQM – FSB Comunicação)

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