BEM ESTAR ANIMAL

Os cuidados no manejo da boiada aumentam a cada dia na vaquejada moderna

Publicado há 7 anos - Por Genivaldo Lima


Vaqueiro, cavalo e boi! São eles as principais estrelas do espetáculo vaquejada. Sem eles não tem show, por isso estão cada vez mais sendo preservados e tratados como atletas que são. Os mesmos cuidados dispensados ao vaqueiros e ao cavalo também valem para o boi, e o manejo da boiada hoje é bem diferente de quando tudo começou.

A vaquejada evoluiu e hoje é bem mais do que uma manifestação cultural, é uma modalidade esportiva que só perde para o futebol em número de público, sem falar que gera milhares de empregos diretos e indiretos, bem como contribui para a geração de renda e impulsiona o turismo de eventos, principalmente no Nordeste onde ela teve origem.

Atualmente existem regras rígidas, fiscalização e controle através de Associações e órgão de vigilância sanitárias e de proteção aos animais.  Regulamentos criados pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM) e Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) são rigorosos no que diz respeito aos cuidados com a alimentação, transporte e acomodação da boiada usada nas provas de vaquejada.

Os chefes de curral hoje bem mais conscientes são orientados a alimentar o gado com melaço, ração fresca, água boa e evitar bater nos animais. No artigo 1º do Regulamento da ABQM as regras são claras: “Artigo 1º - Constituem objetivos básicos para salvaguardar o bem-estar dos animais nos eventos de concentração: I – assegurar a ausência de fome e sede, com alimentação à disposição e suficiente; II – assegurar a ausência de desconforto, através de local apropriado e área de descanso confortável, fazendo com que as instalações e edificações não sejam excessivamente quentes ou frias; III – assegurar a ausência de ferimentos e doenças, mantendo instalações e utilizando medicamentos, fômites, apetrechos técnicos, instrumentos, ferramentas ou utensílios adequados, bem como aplicar as vacinas devidas de forma a minimizar tais riscos; IV – assegurar a liberdade comportamental, através de espaço suficiente e instalações apropriadas, gerando a possibilidade dos animais expressarem padrões de comportamentos normais e instintos inerentes a espécie; V – minimizar situações de estresse, medo e ansiedade.”

Segundo o chefe de Curral, Pedro Piaba, o peso ideal para o boi de classificação na categoria profissional é de aproximadamente 240 quilos, e o da disputa deve ter no mínimo 300 quilos. Aldenir Lopes (Soró), outro chefe de equipe que também é vaqueiro, luta com boiada há mais de 20 anos e acrescenta que o segredo é equilibrar a saída do brete para evitar que um boi corra mais vezes que outro. “O gado tem que tá bem alimentado com uma ração balanceada e uma água de qualidade, ”declarou Soró que trabalha com uma equipe de 10 homens no curral.

Já o bancário aposentado e ex-vaqueiro, Ivo Ferreira, é além de chefe de curral uma espécie de selecionador de bois atletas. Ele escolhe o bovino pela melhor vassoura da cauda, tenta colocar sempre os bois com a mesma estatura e peso e cuida do transporte. “Em cada caminhão são embarcados cerca de 25 animais com 13 arrobas. De 18 arrobas a gente coloca apenas 20 bois. As cargas vivas distribuídas desta forma ajuda na acomodação e proporciona bem-estar aos animais,” declarou Ivo.

As vaquejadas pertencentes a circuitos e campeonatos estão praticando na integra o Regulamento da ABVAQ, criado com base no regulamento da ABQM e voltado exclusivamente para a modalidade vaquejada. Muitos promotores de eventos respaldados pela ABVAQ fazem questão de discutirem antes das provas com o Ministério Público e Associações protetoras de animais na busca de soluções viáveis sempre visando a manutenção da cultura, a preservação do esporte e o bem estar animal.

Foto: Renan Leoncio

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