A vaquejada dá mais um passo adiante rumo a sua regulamentação
Publicado há 8 anos - Por Genivaldo Lima
Foi uma tarde de muita apreensão, com milhares de amantes da vaquejada parados diante da TV ou de celulares na mão, torcendo pelo futuro da vaquejada. O Supremo Tribunal Federal se reuniu mais uma vez, nesta quinta-feira, 2 de junho, para dar andamento ao julgamento da constitucionalidade da vaquejada. O STF avalia uma lei do Ceará que regulamenta a vaquejada naquela unidade federativa, mas abrirá caminho para a regulamentação ou proibição em outros estados.
Na sessão de hoje, o Ministro Dias Toffoli pediu vista e agora será marcada uma nova reunião para defesa e votação da matéria. Quatro ministros votaram a favor de permitir a vaquejada: Luiz Fachin, Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Luiz Fux. Outros quatro votaram por declarar a lei inconstitucional: Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Celso de Mello. Faltam votar os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.
Justificando o seu voto em favor da inconstitucionalidade da lei cearense, o Ministro Luís Roberto Cardoso, ponderou: “Reconheço que é uma atividade esportiva e cultural com importante repercussão econômica em muitos estados, sobretudo na região Nordeste. Não me é indiferente este fato e lastimo o impacto que minha posição produz sobre pessoas e entidades dedicadas a essa atividade”, disse.
O ministro Luiz Edson Fachin, que já tinha votado a favor da vaquejada, no ano passado, sustentou que, “não há razão para se proibir o evento e a competição, que reproduzem e avaliam tecnicamente atividade de captura própria de trabalho de vaqueiros desenvolvidos na zona rural desse país. Tal atividade constitui-se modo de criar, fazer e viver da população sertaneja”, concluiu.,
Já Gilmar Mendes chamou a atenção para os danos econômicos que a proibição da vaquejada poderá provocar. "Estamos falando de 200 mil empregos. E a lei do Ceará visa exatamente que essa prática se dê com padrões civilizatórios", disse Gilmar.
O presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), Paulo Fernando Filho (Cuca), mostrou-se otimista e lembrou que a vaquejada avançou muito como cultura e como esporte, sempre buscando a proteção dos competidores e primando pelo bem estar animal. “Vaquejada não é só diversão, vaquejada é meio de vida para milhares de pessoas e impulsiona a economia no Nordeste. É preciso desmistificar a vaquejada, somos do campo amamos o cavalo e boi e, quem ama cuida,” disse Cuca.
Foto: Renan Leoncio / Arquivo Pessoal