Políticos participam de ato em apoio à Vaquejada Legal
Publicado há 7 anos - Por Abdalla Jorge Abib
Na noite de 25 de novembro, vários políticos em esfera nacional, estadual e municipal estiveram reunidos em ato político em prol da Vaquejada Legal. O encontro foi no Parque Rufina Borba, durante o 14º Potro do Futuro e Campeonato Nacional ABQM de Vaquejada, perante um bom número de pessoas que acompanhou a solenidade das arquibancadas.
O ato foi comandado por Eduardo Borba, que reuniu a convite da ABQM e da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) importantes lideranças políticas nordestinas. A Associação Quarto de Milha se fez representada pelo presidente Fábio Pinto da Costa, os vice-presidentes: Cicinho Varejão, Eduardo Kucinski, Beto Düwel, Paulo Saldanha, Rodrigo Gontijo e Sérgio Novaes, além de vários conselheiros. Já a ABVAQ, por seu presidente Paulo Cavalcanti de Morais, o Cuca, além de membros de sua diretoria.
Imbuídos em dar apoio à Vaquejada Regulamentada, como prática esportiva reconhecida como patrimônio cultural brasileiro, fizeram uso da palavra as seguintes autoridades: o ex-ministro Aldo Rebelo, alagoano da cidade de Viçosa, os parlamentares do Estado de Pernambuco, os deputados federais João Fernando Coutinho e André de Paula; os estaduais Joaquim Lira e Waldemar Borges, além do prefeito de Bezerros, Severino Otávio.
Confira detalhes dos depoimentos:
Aldo Rebelo - “Quero dizer que a Vaquejada se faz com boi, com cavalo, com vaqueiro, com criador, com seleiro, arrieiro, tratador, domador, transportador, veterinário, fabricante de insumo, ou seja, é uma atividade intensiva em mão de obra, em empreendedorismo, que é um patrimônio do Brasil.
Numa hora dessa o emprego, a atividade econômica, deveria ser protegida pelas instituições do estado e não descriminalizá-las. E minha grande alegria também é porque a Vaquejada e os outros esportes equestres são praticados em todo Brasil, o Laço, o Laço Comprido, o Rodeio e todos os demais, eles são patrimônios da cultura, da identidade do Brasil. Porque a nossa memória é a nossa história. A Vaquejada é a memória do Brasil, são os nossos antepassados.
Eu penso assim, quando essa decisão contra a Vaquejada foi tomada, eu achava que era uma coisa aparentemente inocente, mas que pode revelar uma grande tragédia, que é o desconhecimento dessa história e dessa memória para o nosso país. Eu naturalmente sou solidário, tenho identidade com essa causa, pelo que ela representa em todos esses aspectos, na economia, no emprego, na renda, no comércio, na cultura e venho aqui a convite dos amigos, dos organizadores aqui em Bezerros pra participar disso.
Recebam aqui o meu abraço, os meus cumprimentos, o meu reconhecimento e a minha gratidão pelo que vocês fazem para gerar renda, emprego e para preservar as tradições e a cultura do Brasil, porque não existe povo, não existe família, não existe nação, sem história e sem memória. Parabéns!”.
João Coutinho - “Não vamos parar de lutar. Enquanto isso, vamos seguir em frente, vamos acreditar na Vaquejada, vamos continuar comercializando os animais, realizando os eventos, gerando empregos, lotando as redes hoteleiras das cidades onde são realizadas. Pernambuco vem se consolidando como o estado que vem apoiando a Vaquejada de forma efetiva. O governador Paulo Câmara demonstrou total sensibilidade também com esse movimento, portanto vamos em frente, abre a porteira e ‘manda o boi’. E vamos comemorar e celebrar esse momento tão bonito aqui em Bezerros”.
André de Paula – “Eu quero registrar a minha alegria de estar aqui. A minha alegria de ver o deputado João Fernando Coutinho chegar aqui entre nós, por que é preciso fazer justiça. Ele tem sido de fato um líder desta causa, lá na Câmara dos Deputados. Legislando com extrema competência. Nada lá acontece por vontade de alguém. Aquela é uma casa de 513 integrantes e no Congresso Nacional se acresce 81 senadores, então é preciso construir uma maioria. E quando se trata de uma PEC, você precisa ter duas vezes, em cada casa, 3/5 dos integrantes votando favorável à proposta. E se perguntarmos qual é o aspecto positivo desse susto que nós levamos, eu diria sem medo de errar: é que o Brasil descobriu a Vaquejada.
Vocês não tenham nenhuma dúvida de que quando se falava de Vaquejada lá, a figura que aparecia lá era aquele estereótipo daquele nordestino que se veste de gibão, que corre na caatinga atrás do boi. E daí saíram informações desencontradas, devido à absoluta falta de conhecimento do esporte. E a opinião da sociedade deve mudar perante à realidade da prática nos dias de hoje, com exceção daqueles que tem uma posição quase dogmática, que a gente respeita. Isso faz parte da democracia. O que a gente vai conseguir é construir esse sentimento na maioria do Congresso Nacional. Eu disse aos nossos companheiros que era importante que a gente pudesse dar conforto a quem defende a Vaquejada. Quero me congratular com todos que participaram daquele movimento em Brasília. Aquela Esplanada toda ocupada por caminhões, por animais e pessoas que trabalham nas mais variadas funções na Vaquejada, dando a dimensão que o esporte tem do ponto de vista econômico e cultural”.
Joaquim Lira - “A PEC que está tramitando no Congresso Nacional vai finalmente ser solucionada e os problemas da Vaquejada no Brasil. Mas quando falamos em Vaquejada, a gente não faz só a defesa do esporte, a gente faz a defesa de uma cultura, de uma região toda que tem que aprender a conhecer e respeitá-la. É importante também respeitar a economia que envolve a Vaquejada. Quantos pais e mães de família fazem a feira dependendo dessa atividade. A economia é muito forte em torno dessa cultura, desse esporte e no momento que a gente vive no Brasil, com mais de 12 milhões de desempregados, ainda desempregar mais gente é uma temeridade muito grande, então temos que colocar isso também no nosso discurso lá no Congresso Nacional. A defesa da empregabilidade, da economia, que gira em torno da Vaquejada. Então, a todos os senhores que estão aqui nessa noite, contem com o nosso apoio. A gente não pode estar lá no Congresso votando, mas contem com o nosso discurso na Assembleia Legislativa e de tantos outros deputados estaduais que apoiam, defendem o esporte, a cultura e a economia que circula em toda a Vaquejada, não só a de Pernambuco, mas de todo o Brasil”.
Waldemar Borges - “Fiz questão de vir aqui porque eu acho que essa luta de vocês é muito injusta e deve ser dado o encaminhamento correto a algo que está sendo tratado com muito preconceito e em cima de referências muito ultrapassadas, que não correspondem o que é a Vaquejada hoje no Brasil, mas particularmente no Nordeste.
O que temos que fazer é exatamente o inverso do que foi colocado. Vaquejada não é pra ir para ilegalidade, muito ao contrário, é pra ser regulamentada, institucionalizada, transformada em leis as práticas já existentes no esporte e que tenham todos os cuidados que muitos entendem como desrespeitados pelos que fazem essa atividade.
Temos que aproveitar esse susto para unir Pernambuco, unir o Nordeste em torno do fortalecimento dessa atividade para que a gente possa consagrar a Vaquejada, para que seja praticada da maneira correta como tem sido e nunca ser uma atividade clandestina, porque a gente não tem tendência nem vocação pra uma atividade clandestina, a gente quer à luz do dia. Saibam que estou muito solidário com a luta de todos vocês”.
Severino Otávio – “Inicialmente gostaria de dar boas vindas a todos os vaqueiros, a todos aqueles que participam desse evento em nome do povo de Bezerros. E dizer que o prefeito sabe exatamente da dificuldade que é enfrentar o desemprego num município pobre e por conta de conhecer essa dificuldade e hoje na nossa porta bate centenas de pessoas pedindo o direito sagrado de poder trabalhar para criar famílias e muitas vezes nós não temos. E a falta de sensibilidade de alguns, que se trancam em suas salas com ar condicionado, nem entendem a importância de um evento como esse. Eu quero dizer que vou, inclusive, aproveitar ao MUP (Associação dos Municipalistas de Pernambuco) de convocar a se juntar as demais associações do que acho que ao lado do carnaval, são as duas maiores expressões da cultura pernambucana. Tenho certeza, que eu posso não ser muito importante nessa luta, mas serei uma testemunha importante para dizer a grandeza e da importância da vaquejada para os municípios pernambucanos.
Para Fabio Pinto da Costa, presidente da ABQM, esse encontro mostrou não só a importância dessa atividade, mas a disposição de autoridades nessa importante causa do esporte nacional. “Só nos interessa uma prática legal em que os animais sejam bem cuidados e bem tratados. E isso já vimos fazendo em nossos eventos oficiais há muito tempo”, afirmou.
Texto: Abdalla Jorge Abib e Jean Vasconcelos (Direto de Bezerros/PE) - Fotos: Aluiso Alves